Entrevista exclusiva com o serial killer “maníaco da bicicleta”
Vamos mostrar aqui a entrevista de um serial killer que matava especialmente crianças e dizia se atrair por elas e ainda sorria das vítimas, mas primeiro la vai um perfil do psicopata.
O andarilho Laerte Patrocínio Orpinelli, 47 anos, despertava compaixão dos moradores da cidade de Rio Claro, no interior de São Paulo, e em dezenas de cidades daquela região pelas quais costumava perambular era um tipo de vendedor de pesadelos. Maltrapilho, cabelos desgrenhados, ele carregava uma sacola de plástico na mãos com umas poucas mudas de roupa mal-cheirosas. A aparente fragilidade e a simpatia quase subserviente conquistavam as pessoas que, penalizadas, decidiam ajudá-lo. “Ele aparecia de vez em quando no bar. Eu o achava um coitado e com pena dele lhe dava uns sanduíches”, conta o funcionário da mercearia Dom Bosco, em Piracicaba, Marcos Brito da Silva. Atitudes como essa eram recorrentes na interminável rota que parecia seguir. Hoje, Laerte desperta ódio e perplexidade. Friamente, confessou 11 assassinatos de crianças, entre quatro e dez anos. Duas outras mortes foram confessadas informalmente à polícia, até quinta-feira 27. O “Monstro de Rio Claro”, como passou a ser conhecido, gostava de registrar num pequeno caderno o dia e a cidade por onde passava. A partir das anotações encontradas, a polícia elaborou um banco de dados que registra a rota macabra de 26 cidades e 96 crianças desaparecidas. O andarilho da morte faz questão de dizer que tem profissão: é engraxador de portas de estabelecimentos comerciais. Laerte foi preso no município de Leme dia 13, mas a polícia já estava em seu encalço há meses. Com o antigo argumento de dar balinhas e doces às crianças ele conquistava a atenção delas. Abusava sexualmente, esmurrava e matava. Jéssica Alves Martins, nove anos, cruzou a rota da morte de Laerte no dia 21 de novembro do ano passado. Há registro da passagem de Laerte pelo albergue do município no dia 20. Dois dias depois, o corpo dela foi encontrado. Em datas e locais diferentes, tiveram o mesmo fim trágico e violento Daniela Regina de Oliveira Jorge, cinco anos; Alyson Maurício Nicolau Cristo, seis anos; José Fernando de Oliveira, nove anos; Osmarina Pereira Barbosa, dez anos; Aline dos Santos Siqueira, oito anos; e Anderson Jonas da Silva, seis anos.
O perfil do assassino:
O comportamento estranho de Laerte, sétimo filho de uma família de oito irmãos, todos nascidos em Araras, começou cedo, com quase a mesma idade de suas vítimas. Ele cursava o terceiro ano primário e chamou a atenção de uma professora pelo estranho comportamento. Mal falava, brincava sozinho e tinha péssimo rendimento escolar. Não conseguia passar de ano e abandonou os estudos. Nessa mesma época, deu sinais de que no futuro iria pôr o pé na estrada. Ficou uma semana fora de casa, sem dar satisfação aos pais. Para chamar a atenção da família, batia latas no quintal. Essas atitudes irritavam a mãe, Eliza, que, numa tentativa desesperada de contê-lo, o amarrava com pedaços de trapos na beirada da cama ou ao pé da mesa.
Aos 16 anos, inaugurou uma série de internações na clínica psiquiátrica Sayão. Certa vez ficou cinco anos direto em tratamento. Às vezes resolvia dar um tempo por conta própria e fugia. Segundo o diretor da Sayão, José Carlos Naitz-ke, a família o internava alegando que ele tinha problemas de alcoolismo. “Não digo que Laerte tem uma doença mental. Seu diagnóstico clínico é segredo médico”, afirma. Segundo um dos sobrinhos que preferiu não se identificar, três dos quatro irmãos são aposentados por alcoolismo. O comportamento arredio e estranho de Laerte foi se poten-cializando pela crônica desunião da família. Depois que se casaram, os irmãos nunca passaram um Natal juntos.
Comportamentos estranho:
pouco tolerante, irritadiço e encerrou a entrevista quase aos berros.
Na segunda, parecia outra pessoa. Mostrou-se risonho, gentil.
Chegou a pedir uma camisa nova e alguns “salgadinhos”.
Gosto da beleza que elas têm.
fico nervoso e sinto esse desejo. Sinto prazer em vê-las aterrorizadas.
Começa a sessão de violência. Eu vejo crianças e me dá vontade de
fazer desordens.
Laerte – Há uns cinco ou seis anos.
Laerte – (Ri) Não. Nunca. Só crianças.
Laerte – Umas 15 no total.
Laerte – Sabia que um dia ou outro a polícia ia me pegar, mas não me
preocupava.
Laerte – Estou. Quero me tratar.